quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Coisa Chata é Perder!

Tem poucas coisas mais chatas que perder alguma coisa!
Talvez coisas que envolvam dor, ou doenças ou fofoca... Mas dos problemas menores, perder alguma coisa é dos mais chatos.
Às vezes a gente tem a impressão que perder alguma coisa é uma traição, porque num primeiro momento a gente quer não acreditar, continuamos batendo as mãos no bolso, virando eles do avesso, fazendo e refazendo o caminho... Até que admitimos para nós mesmo, em tom de derrota: Perdi.
Como na traição, depois da fase da negação tem a fase da raiva! Ai a gente consegue ter raiva da merda do negocio que a gente perdeu! Tipo: “Chave filha da puta!” e chutamos o ar! Começamos a querer achar culpados... “Mas também, a Papaiz faz as porras das chaves tudo pequeninha!”
Mas não adianta... Perdeu! Ai vem a conformação, começamos a pensar que tudo bem, aquele chaveiro tava velho mesmo, tava na hora de pegar uma cópia nova... Enfim, podemos até ter boas lembranças: “Nossa, aquele chave era demais! Colocava na porta, virava e pronto... porta aberta! Uma beleza! Você tinha que ver rapaz!”
 Mas antes de chegarmos a isso, antes até mesmo da fase da raiva, durante a fase da negação, normalmente, as pessoas tentam nos ajudar, e isso amigos, além de não ajudar ainda dá uma raiva!
Porque, e vocês sabem que isso acontece, sempre tem aquele, que ao te ver procurando algo,ajoelhado no chão, praticamente com a cara encostada no piso, pergunta: “Perdeu alguma coisa?” E se ele já começa assim, imagina o que virá pela frente!
Depois quando você se levanta, respira, e diz que perdeu a chave ele faz a pior das perguntas do mundo: “Já olhou no bolso?” Como assim?!?!?! Quer dizer então que eu sou tão burro que ao querer abrir a porta da casa ao invés de pegar ela no bolso ou fui ver se tava no chão?!?! Não é possível!
E, pra piorar, muitas vezes eles fazem comentários do tipo: “Tem gente que procura os óculos e ta no rosto...” ou “Uma vez tava louco atrás de uma chave de fenda e tava na minha mão, acredita rapaz?” A vontade é de dizer que acredito, afinal não podemos duvidar nunca da cretinice alheia, tanto quanto não podemos duvidar da nossa!
Ainda tem aqueles que, na ânsia de lhe ajudar, vão consultando as pessoas em volta pra ver se elas viram a tal chave, mas o faz assim: “Oi, é que o meu amigo ali é meio distraído, quer dizer bastante, e perdeu a chave dele... você acredita? Perder aqui, ainda não sei porque ele tirou ela do bolso né? Eu mesmo...” e por ai vai, lhe expondo ao ridículo.
Fora aqueles, e talvez sejam até os piores, que te ajudam a procurar, sem dizer palavra alguma, mas você sente o quanto eles estão de achando um burro, às vezes olham pra ti, e quase lhes escapa o sorriso pelo canto da boca...
Mas o pior de tudo é que, independente da pergunta, independente da ajuda, independente de tudo, você foi o tonto que perdeu, e nem reclamar você não pode, mesmo ao perguntarem pra você senão esta no bolso você sinta vontade de trucidar a pessoa, você tem que olhar em seus olhos e dizer: “Não, já olhei...” e o foda é que a pessoa ainda pode dizer: “Tem certeza?”...
Mas tem o lado bom! Nunca marquei um gol num estádio cheio, nunca acertei um ace em Roland Garros, mas quando a gente acha algo que procurávamos, tenho quase certeza que a sensação é a mesma! Dá vontade de virar praquele que te fez as perguntas mais óbvias e gritar bem na cara dele: “Chuuuuuuuuuupa!!”
Este é dedicado ao meu grande (quase 2 metros) amigo Hugo! Que domingo perdeu a chave do carro e ouviu todas essas perguntas, e mais, o chaveiro que chamamos lhe perguntou umas 5 vezes se ele num tinha trancado a chave no porto-mala, ele disse, em todas as vezes em tom educado, que nem tinha aberto o porta-malas...
Depois que o chaveiro abriu a porta do carro, a segunda coisa que ele fez foi abrir o porta-malas, e ao ver que a chave não estava lá simplesmente falou: “É mesmo...”
Ah... Qual desses personagens eu fui? O que não fala nada, mas você sabe o que está pensando!

Um comentário:

  1. Hahaha!

    Muito bom. Lembrei de uma vez, um tempo atrás. Minha mãe costurava e usava uma tesourinha, que na ausência daquelas coloridas, que a gente sempre usa na escola sem ponta, a gente pegava usava e botava de volta pra caixinha dela de costura. Só que um dia ela perdeu e teve todos esses personagens. O fato curioso que ela botou todo mundo pra procurar com ira e ainda sob a mira de um chinelo e com a ameça que se a teusourinha não aparecesse em 5 min. todo mundo ia apanhar com o que tivesse na frente. hahaha! O desfecho da história foi que a tesourinha apareceu num lugar idiota. Se equivale dizer que apareceu no porta-malas. hahaha

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