segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sócrates!

Não, eu não sou corintiano. 

Só que também não acho que dá pra mover a figura do Sócrates para outro universo que não seja o universo do alvi-negro. Ele era uma grande parte do que é o Corinthians, e o Corinthians foi sua vida também.

Sócrates fez as escolhas todas, certas ou erradas sempre com inteligencia fora do comum, assim como fora do comum era ver aquele homem magérrimo, lento, alto, fazendo o jogo ser rápido. Se quer saber o que é um jogar cerebral, só posso citar esse cara.

A bola corria, e ele mandava nela, o tempo todo o jogo era dele, a bola era dele, e me matava de inveja ver esse cara ali, entre a grande aérea e o círculo central com a camisa branca, os calções negros e não era no meu time.

Sócrates foi o doutor, o mestre. Todo mundo gostava do Zico, do Falcão, do Careca, reconheço todos, mas eu tenho um defeito: Eu preciso gostar do homem por trás do jogador, e desculpem-me os fãs desses outros caras, mas homem maior que o Sócrates foram poucos que vi.

Ele levou as coisas pra além da linha do campo, invejo sim a democracia corintiana, invejei todas as vezes que ouvi ele falar dá época, invejo ver o Sócrates nos comícios das Diretas Já. Pode ficar feliz corintiano, eu sinto uma certa inveja de não ter tido o Sócrates como ídolo do meu time.

O Corinthians precisava do Sócrates? Claro que sim, mas ele só foi e fez o que fez porque era o Corinthians, era ali que tinha que ser, e embora não possa estar feliz com o campeonato que ganharam, não consigo pensar em forma melhor da morte deste gênio ser "esquecida", não porque as pessoas não falem da sua morte, mas o Corinthians campeão fez dessa morte só um sorriso triste no meio da comemoração.

Detesto o Corinthians, exatamente porque também fui um apaixonado pelo jogador/homem Sócrates.

Parabéns corintianos, não pelo campeonato de ontem, mas pelo ídolo que só o time de vocês poderia ter.